Veja como inteligência artificial, sustentabilidade e outras tendências podem definir o rumo do varejo global e abrir caminhos para as marcas próprias.
A edição 2025 da NRF aconteceu de 11 a 14 de janeiro, em Nova York. O evento reuniu mais de 40 mil participantes e 5 mil marcas, abordou desafios e apresentou soluções inovadoras para o bom funcionamento de um varejo em constante transformação.
A maturidade da Inteligência Artificial (IA) foi um dos destaques principais. Agora integrada aos processos do dia a dia, a IA não é mais vista como novidade, mas como um elemento essencial para otimizar operações e criar experiências personalizadas.
Outros temas como sustentabilidade, omnicanalidade e Retail Media também ganharam destaque, mostrando de que forma o varejo se transforma para ir além da venda de produtos e oferecer experiências significativas.
Presente no evento, a Amicci acompanhou de perto essas tendências e apresenta os seis principais temas que apontam os caminhos para o futuro do setor e como o mercado de private label pode aplicar esses aprendizados para fortalecer sua estratégia e atender às novas demandas do consumidor.
Inteligência artificial e automação
No painel de abertura da NRF 2025, tivemos John Furner, CEO do Walmart e Chairman da NRF, em um bate-papo com Azita Martin, VP da divisão de retail da NVIDIA.
Foi destacado o impacto da inteligência artificial em aplicações práticas, como gêmeos digitais para simular ambientes de lojas e centros de distribuição.
Essas tecnologias permitem prever demandas, otimizar estoques, redesenhar layouts e reduzir custos operacionais de forma significativa.
Durante a programação do evento, empresas como a Lowe’s apresentaram soluções avançadas de gêmeos digitais, que permitem simular e otimizar estoques e layouts de 1.700 lojas em tempo real.
Já na L’Oréal, modelos virtuais aceleram campanhas publicitárias, a fim de aumentar o engajamento nas redes sociais e elevar as vendas no e-commerce.
Outro exemplo marcante apresentado foi o Sam’s Club, que usa IA para previsão de demanda, eliminação de rupturas no estoque e personalização da experiência do cliente.
Com forte atuação em marcas próprias, o Sam’s Club, cliente Amicci no Brasil, reforçou o impacto da tecnologia no fortalecimento de categorias exclusivas e na eficiência operacional.
“A tecnologia empodera nossos funcionários e clientes com insights, eliminando barreiras e melhorando a experiência de compra“, destacou Todd Garner, diretor de produto do Sam’s Club.
A Amicci está atenta a essas transformações e integramos a tecnologia em nossos processos para oferecer soluções mais eficientes e inteligentes no mercado de marcas próprias.
A Amy, nossa IA, auxilia na coleta de dados de mercado, cotações de fornecedores e gestão de branding, otimizando cada etapa do desenvolvimento de produtos.
Leia mais: Amy: como a inteligência artificial da Amicci impulsiona marcas próprias
Sustentabilidade e economia circular
Sustentabilidade foi um dos temas comentados, destacando-se como um pilar indispensável para o futuro do varejo. Empresas como Target e IKEA apresentaram projetos que reforçam a importância da economia circular.
O programa “Target Forward” busca criar marcas 100% circulares até 2040, focando em reusabilidade e reciclabilidade.
Já a Whole Foods apresentou o programa “Sourced for Good“, que apoia comunidades produtoras e promove a agricultura sustentável, impactando positivamente milhares de trabalhadores.
No Brasil, um exemplo que reforça essa tendência é o case da Uni Limpeza, em parceria com a YVY, que apresentou uma solução para reduzir impactos ambientais.
Com cápsulas de limpeza recicláveis e ingredientes naturais, o projeto diminui o uso de plástico em 6 vezes e reduz as emissões de CO2 em 94%.
Além de fortalecer a reputação das empresas e atrair consumidores mais conscientes, iniciativas como essas criam vantagens competitivas a longo prazo, ajudando marcas a se destacarem em um mercado cada vez mais exigente e preparado para um futuro sustentável.
Foco nas Gerações Z e Alpha
A NRF 2025 mostrou que as gerações Z e Alpha estão transformando as dinâmicas do mercado ao priorizar personalização, autenticidade e engajamento digital.
Elas buscam marcas que atendam às suas necessidades e integrem experiências digitais e físicas de forma natural, refletindo escolhas mais criteriosas e conectadas às suas expectativas.
Um case apresentado é a parceria da Claire’s com seus consumidores para o desenvolvimento da linha “See by Claire’s”, voltada para cuidados com a pele.
A marca envolveu seu público diretamente no processo e, com isso, garantiu que o produto final atendesse às expectativas e aos desejos dessa geração.
A Target também se destacou ao longo dos anos com parcerias criativas, vindas de sua habilidade em olhar para o consumidor.
Colaborações, como a coleção inspirada no musical Wicked, mostraram como a marca utiliza sua estrutura multissetorial para criar produtos exclusivos que vão de moda a alimentos.
No Brasil, marcas próprias também vêm sentindo o impacto dessa transformação geracional.
A Panvel, por exemplo, viralizou nas redes sociais com produtos como blushes e bronze drops, que conquistaram rapidamente o público jovem.
Outro destaque é a Needs, marca própria da RD Saúde, que ganhou destaque com elogios dos consumidores sobre qualidade e custo-benefício de seus produtos.
Essas marcas mostram como o engajamento espontâneo nas redes sociais pode fortalecer a conexão emocional com as novas gerações e impulsionar as vendas de marcas próprias.
Marcas próprias como a da Panvel mostram que qualidade e conexão autêntica são o segredo para conquistar as gerações Z e Alpha.
Esse comportamento reflete a forte afinidade da Geração Z a marcas próprias. Dados da IQVIA mostram que 64% dessa geração consome produtos de marcas próprias e 51% escolhe onde comprar com base nessas opções.
Marcas próprias que sabem explorar essa preferência com estratégias bem posicionadas têm grande potencial para capturar a atenção desse público.
Retail Media
Um tema bastante abordado na NRF 2024 e reforçado neste ano é o Retail Media, uma estratégia que transforma canais de venda em plataformas de publicidade e promete movimentar US$ 110 bilhões até 2026, segundo o eMarketer.
Na NRF 2025, empresas como Nordstrom e Target destacaram como a integração de experiências online e offline, aliada à personalização por meio de tecnologias como câmeras e CRM, cria um ecossistema poderoso para conectar marcas e consumidores.
No Brasil, o programa “Impulso” da RD Saúde é um exemplo de sucesso. Ao utilizar dados de mais de 46 milhões de clientes, a iniciativa oferece campanhas segmentadas em múltiplos canais, incluindo telas digitais em lojas.
Outro destaque nacional é o Market4U, com mais de 2.100 lojas de conveniência que operam 24 horas por dia e utilizam IA para ajustar estoques às preferências locais.
Apesar de seu crescimento, o Retail Media ainda enfrenta desafios, como a fragmentação da infraestrutura e a falta de transparência em métricas.
No entanto, com a adoção de tecnologias como IA e algoritmos de recomendação, esse canal se torna cada vez mais essencial para o varejo moderno, integrando publicidade e experiência do consumidor de forma eficiente e lucrativa.
Omnicanalidade e experiências unificadas
Seguindo a discussão sobre o Retail Media, a omnicanalidade se destacou como outro tema essencial na NRF 2025 ao reforçar a importância de integrar canais físicos e digitais para criar experiências de compra unificadas e fluidas.
No mundo do varejo, essa integração já é vista como uma necessidade, não apenas como uma tendência.
Nos Estados Unidos, o Walmart lidera com iniciativas como o aplicativo “Sidekick”, que usa IA para empoderar colaboradores com informações em tempo real. Isso ajuda a simplificar tarefas e a melhorar a experiência do consumidor.
Além disso, a estratégia de integrar perfis de clientes e históricos de compra ao aplicativo do varejista mostra como o foco em personalização é essencial para superar as fronteiras entre o físico e o digital.
A omnicanalidade também tem impulsionado modelos híbridos no Brasil.
O Carrefour, por exemplo, com o programa “Clique e Retire”, permite que os clientes comprem pelo aplicativo e retirem os produtos na loja, trazendo conveniência e economia de tempo.
Outro case de sucesso é a Petz, que concede descontos para compras online com retirada presencial. Um dos objetivos é aumentar o fluxo de clientes em lojas físicas.
Essas iniciativas refletem uma tendência mais ampla de criar experiências integradas e eficientes.
A evolução das lojas físicas
Conforme as tendências de Retail Media e omnicanalidade ganham força, as lojas físicas também passam por uma reinvenção.
Esses espaços deixaram de ser apenas pontos de venda para se tornarem centros de experiência, conexão e inclusão. Novas características que fortalecem o papel do varejo como um gerador de valor emocional e social.
A Decathlon, que possui uma forte presença com suas marcas próprias, é um exemplo dessa transformação.
Nas lojas, por meio de uma experiência interativa, é possível encontrar áreas esportivas onde os clientes podem testar produtos antes de adquiri-los.
Na Decathlon, lojas físicas viram espaços de experiência que conectam produtos e consumidores de forma única.
No setor de beleza, a Sephora é pioneira nesse conceito e foi fundada com a visão de permitir que os clientes testassem os produtos antes da compra.
Esse propósito permanece até hoje, com espaços dedicados à experimentação em todas as lojas do mundo.
Outros conceitos inovadores também estão em evidência, como as “lojas refúgio”.
Espaços como os criados pela Starbucks oferecem aos clientes momentos de descompressão ao proporcionar um “terceiro lugar” entre casa e trabalho.
A tecnologia é um pilar importante nessa evolução.
Ferramentas como o aplicativo “Sidekick” do Walmart ajudam a capacitar colaboradores e a personalizar o atendimento para garantir que as necessidades dos clientes sejam atendidas de forma eficiente.
A evolução das lojas físicas é um reflexo de como o varejo pode ir além da transação ao entregar valor real e criar conexões mais profundas com os consumidores.
Rumo a um novo futuro do varejo
A NRF 2025 reafirmou que o varejo está em um ciclo constante de reinvenção, guiado por inovações tecnológicas, sustentabilidade e um foco crescente no consumidor.
Para o mercado de private label, a lição principal é clara: integrar essas tendências de forma estratégica pode fortalecer o vínculo com os consumidores e aumentar a competitividade no setor.
O futuro do varejo vai além da simples comercialização de produtos, ele se concentra em criar experiências que ressoem com os valores e necessidades dos consumidores.
Com a força das marcas próprias, tecnologia avançada e um compromisso com a inovação, o setor tem a oportunidade de liderar um varejo mais conectado, relevante e preparado para os desafios de um mercado em constante evolução.
A PLMA 2025, maior feira de private label do mundo, acontece em maio, em Amsterdã. O evento será palco para mais tendências e inovações no epicentro da marca própria no mundo.
A delegação Amicci estará por lá, com uma programação imperdível de visita à feira e às principais lojas da região. Quer ir com a gente? Acesse agora e saiba como participar.