Confira as tendências que o varejo não pode mais ignorar em 2024

Pesquisa da Opinion Box aborda tendências básicas para sobreviver no varejo nos próximos anos. Veja os dados mais recentes

Carrinho de compras no centro de um corredor de supermercado com produtos dentro

Hoje, as tendências de comportamento e consumo são complexas e numerosas. A sociedade, as tecnologias e o ambiente têm mudado de maneira tão abrupta que a maioria das empresas teme não acompanhar o ritmo do mercado.

Mas, ao aproximar o olhar da realidade, percebe-se que todas as mudanças atuam dentro de pilares básicos. No caso do varejo, alguns termos, como omnichannel, continuam a se repetir, ainda que o tema ou as possibilidades de canais expandam-se a cada ano. 

Dentro desse raciocínio, a pesquisa sobre tendências do varejo 2024, da Opinion Box, aponta as macrotendências que já são impossíveis de ignorar em 2024 e daqui por diante. A seguir, confira insights e os dados mais atualizados sobre elas.

O offline ainda vive: o valor da experiência sensorial

Apesar da explosão das compras online durante e após o período da pandemia, as compras offline, nas lojas físicas, ainda não morreram e nem mesmo correm esse risco.

Nos últimos 12 meses, os entrevistados responderam que fizeram compras em ambas as modalidades, sendo:

  • 77% em compras online em sites e lojas virtuais;
  • 67% em compras nas lojas físicas;
  • 45% em compras online em aplicativos;
  • 14% compras online pelas redes sociais.

Ainda assim, vale reforçar que a maioria, ou seja, 46% das pessoas de fato prefere comprar pela internet contra 18% que ainda prefere comprar em lojas físicas. Já 36% dos respondentes gostam de comprar igualmente pela internet e presencialmente.

dois consumidores em pe perto de prateleiras com enlatados
Segundo pesquisa da Opinion Box, 67% dos consumidores ainda compram em lojas físicas

Por sua vez, o principal motivo apontado para a preferência das compras em lojas físicas é a sensorialidade, que nada mais é do que a oportunidade de ver, tocar e experimentar o produto. 

Omnichannel: a conquista em todos os canais

A estratégia omnichannel, ou multicanais, não é novidade para o varejo. No entanto, a integração completa e fluída entre todos os pontos de contato com o cliente também não é uma realidade sólida para a maioria das lojas.

Porém, quando se trata da percepção dos consumidores: “77% gostam que lojas físicas e online estejam integradas.”

Entre os modelos mais populares no Brasil está a compra online com retirada na loja física, por exemplo. No entanto, as ações podem (e devem) ser realizadas durante toda a jornada de compra.

Segundo o relatório da pesquisa: “o omnichannel não se resume ao canal escolhido para comprar, mas também passa pela etapa de pesquisa, de conhecimento das soluções e pelo atendimento.”

Na prática, deixar alguns canais de fora da estratégia gera lacunas na experiência dos consumidores que, por fim, poderão desistir da compra.

Marketplace: o reinado das plataformas no e-commerce

No universo dos e-commerces, os marketplaces reinam soberanos. Capazes de reunir uma ampla diversidade de comerciantes ou fornecedores em uma única plataforma, o sucesso do modelo se deve a um conjunto de valores agregados, como busca pelos melhores preços, muitas avaliações disponíveis e até frete grátis, sob determinadas condições.

mini sacolas de compras e, ao fundo, uma consumidora comprando em um marketplace
O uso de marketplaces nunca esteve tão em alta. Para planejar a sua estratégia em 2024, saiba que quase 80% dos consumidores optam pelos marketplaces na hora das compras

Outra vantagem dos marketplaces é a credibilidade conquistada ao longo dos anos por gigantes como Mercado Livre e Amazon. 

Entre os mais de 2 mil consumidores entrevistados, cerca de 90% afirmaram ter o hábito de comprar em marketplaces, sendo que a metade deles, 48%, vai às compras frequentemente.

Já no comparativo entre a frequência de compras nos marketplaces versus lojas únicas, 72% declaram comprar mais em marketplaces contra 28% que afirmam comprar mais em outras lojas.

Social commerce: a fusão entre conteúdo e vendas

Na economia da atenção, o social commerce se destaca por propor um modelo de vendas mais sintonizado ao conteúdo e às temáticas nos quais os negócios estão inseridos, dentro das redes sociais. 

Segundo a Opinion Box: “é importante notar, porém, que não há 100% de consenso em relação ao que é ou não é social commerce. O termo também costuma incluir as vendas de produtos promovidos nas mídias sociais que se vinculam a uma loja de e-commerce, por exemplo.”

Surfando essa onda, há o fenômeno do live commerce, que são compras feitas através das lives, consolidadas em 2020. Segundo a pesquisa, 4 entre 10 consumidores dizem já ter comprado algo após assistirem a uma live ou transmissão ao vivo de uma marca, o que equivale a 42% dos entrevistados.

Personalização da experiência: os compradores são únicos

No início do marketing de relacionamento, os esforços de vendas eram direcionados com foco no público-alvo. Hoje, o termo é considerado genérico e o marketing evoluiu para atender a personas, enquanto um perfil mais detalhado dos clientes ideais, com base em dados segmentados.

Ainda assim, com o avanço das tecnologias e ferramentas de big data e inteligência artificial, os níveis de personalização tendem a se elevar para modelos cada vez mais precisos, desde a comunicação até a oferta de produtos.

Segundo a pesquisa: “o primeiro passo para conseguir personalizar qualquer experiência é conhecer profundamente o seu público.” Pela ótica dos entrevistados: “72% esperam que as empresas saibam reconhecê-los como indivíduos únicos e identificar seus interesses.”

A personalização pode abranger diversas camadas do relacionamento com os clientes. Ou seja, pode ser usada desde o desenvolvimento de marcas próprias, de acordo com demandas de diferentes personas da loja, até o atendimento em canais que gerem proximidade. Nesse sentido, o WhatsApp já é apontado como o preferido de 66% dos respondentes.

Tecnologia: a magia de extrapolar expectativas

Por trás de todas as tecnologias disponíveis está a oportunidade de surpreender positivamente os consumidores. Desde a ampla aderência da internet até as disrupções recentes da inteligência artificial, a ideia é fazer tudo com mais eficiência e, na melhor das hipóteses, encantamento.

Segundo a pesquisa da Opinion Box: “79% das pessoas concordam que a tecnologia ajuda muito no processo de compras.” 

O estudo também aponta para quais tecnologias e ferramentas digitais mais impactaram suas compras recentemente, sendo elas: QR Codes (57%); carteiras digitais para pagamentos (44%); chatbots e robôs de atendimento (23%); provadores digitais, Inteligência Artificial (14%); smartwatches / relógios inteligentes (12%); realidade aumentada / realidade virtual (7%); Metaverso (4%); nenhuma dessas (13%).

consumidor pagando produtos de marcas próprias com o seu aplicativo de carteira para smartphone
A tecnologia é indispensável no modelo de compra atual: cerca de 50% das pessoas usam carteiras digitais para realizar pagamentos

A escolha pelas tecnologias ideais irá depender do segmento, marca e respectivos planos de negócios de cada rede do varejo. O fato é que ignorar as tecnologias mais modernas e populares do mercado é o começo para a defasagem diante da concorrência.

Marca própria: o caminho para todas as tendências

A marca própria é uma das tendências do varejo que mais crescem no mundo. Conforme estudos recentes da Kantar: “as marcas tradicionais cresceram modestamente: de 3% para 3,7%. Em contrapartida, as marcas próprias alcançaram um histórico impressionante, crescendo nove vezes em 2022 em comparação com o ano anterior e representando quase 22% dos gastos globais”.

Apesar de menos agressivo no setor, o Brasil já segue os passos de outras regiões mais desenvolvidas, como Europa e Estados Unidos, que têm penetração de 32,2% e 17,3% em produtos de private label, respectivamente. Os dados foram divulgados em 2023 pelo Santander. Acesse aqui o estudo completo

embalagens de aveias em foco e outros produtos de marcas próprias desfocadas ao fundo
Nos estabelecimentos, as marcas próprias tornam os clientes fiéis e aumentam as margens de lucro dos varejistas

Além de vantagens mais conhecidas, como aumento nas margens e fidelização dos clientes, a estratégia permite acompanhar todas as macrotendências apontadas. Isso porque o modelo garante completa autonomia aos varejistas que podem adaptá-las segundo suas necessidades e demandas.

Entre elas destaca-se a personalização como oportunidade de desenvolver produtos exclusivos a partir de análises de dados, sejam externas ou internas. O objetivo é atingir a máxima performance de produção, logística e vendas e, dessa forma, oferecer uma experiência única de compra aos clientes.

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