Primeiro dia de PL Connection discute o papel da marca própria no varejo

Programação do maior evento de marcas próprias da América Latina traz grandes nomes do setor

Foi dada a largada no maior evento de private label da América Latina. De 19 a 21 de setembro, no Expo Center Norte, os principais players do setor se encontram no PL Connection para muito networking e conteúdos relevantes.

No primeiro dia desse mega encontro, a Arena 3 do pavilhão foi dedicada às marcas próprias. No palco do PL Connection, diversos especialistas compartilharam insights sobre o varejo brasileiro e suas estratégias de private label.

Temas como tecnologia, consumo, cases de sucesso e a performance das marcas próprias em drogarias e categorias especializadas fizeram parte da programação. Confira um resumo do primeiro dia de evento.

Tecnologia na gestão de marcas próprias

A abertura do PL Connection contou com Juliemar Berri, Diretor de Produtos Digitais da Amicci, que mostrou ao público como a tecnologia pode transformar a gestão de marcas próprias tanto no varejo, quanto na indústria.

Segundo ele, embora o Brasil ofereça espaço para que o mercado de private label cresça de forma exponencial, desenvolver marcas próprias no país ainda é muito complexo, a começar pela troca de dados. “Muitos dos agentes envolvidos (indústria, varejista, agência regulatória e de design, agentes logísticos e etc.) ainda se comunicam por e-mail e WhatsApp, fazendo com que todos os arquivos sejam trafegados de maneira desestruturada e desordenada”, afirmou.

A ineficiência na comunicação e na gestão de documentos traz prejuízos aos negócios, que muitas vezes perdem processos e informações importantes quando algum colaborador sai da empresa.

A solução para esse problema seria uma ferramenta que olhasse para todo o ecossistema e reunisse os agentes em só lugar, otimizando assim o fluxo de desenvolvimento de produtos. “Foi pensando nisso que criamos a plataforma Amicci, um marketplace especialista no mercado de private label e um gestor de processos otimizado.” Ali é possível que varejistas e indústrias centralizem documentações, criem projetos de maneira simplificada, tenham visibilidade das etapas, entre outros benefícios.

“As marcas próprias têm apenas 5% de market share no varejo brasileiro. E com tecnologia podemos multiplicar em 10 vezes essa participação”, finaliza.

Juliemar Berri

Novos hábitos de consumo

É fato que a pandemia mexeu muitos ponteiros quando o assunto é hábito de consumo. No Brasil, ao ver o bolso apertar, a população passou a racionalizar as compras, consumindo menos e de forma mais inteligente.

Rafael Kröger Couto, Diretor de Consumer Strategy da Kantar WorldPanel, levou para o PL Connection um panorama do novo momento de consumo no país. “Nessa fragmentação de compras, o brasileiro passou a migrar mais entre as marcas, sejam elas premium, econômicas ou exclusivas”, revelou durante a palestra.

Diante desse cenário, as marcas próprias tiveram um crescimento de 10% nas cestas, com concentração maior em commodities e bebidas. “E aí faço uma provocação: para que os produtos exclusivos anvancem no Brasil, é preciso expandir: categorias, regiões e perfil de consumidores. É preciso quebrar barreiras.”

Rafael Kröger Couto

Brasil x Europa: diferenças nas estratégias de private label

No PL Connection, Wilhelm Alexander Kauth, especialista no varejo internacional de alimentos, apresentou números surpreendentes de grandes supermercados na Europa, onde a marca própria está mais consolidada no mundo, assim como suas principais estratégias.

Entre os cases de destaque está o varejistas Schwarz Gruppe na Alemanha, que atua no formato discounter e hipermercado, com 84% do volume de vendas representado pelo Private Label. Segundo ele, tais resultados são possíveis devido ao total controle do varejo sobre os negócios.

Wilhelm Alexander Kauth

Qualidade e valor agregado

Danusa Tavares, sócia-fundadora da Amicci, moderou a conversa entre players bem-sucedidos em marca própria no varejo farma, com Agnes Bichini, Diretora Executiva da Assifarma Intercron; Rafaella Weber, Gestora de Marcas Exclusivas do Grupo Panvel; e Dimitri Ribeiro Ferreira, Diretor Executivo Farmaconde. Os três compartilharam seus diferentes modelos de atuação, sem perder de vista a economia característica de produtos de marca própria.

No entanto, o foco da conversa se voltou para os altos níveis de qualidade oferecidos ao consumidor final. A Panvel destacou a confiança conquistada para produtos de beleza com alto valor agregado. “A marca de maquiagem mais vendida dentro da rede, é a da Panvel”, ressalta Renata. Já a Farma Conde revelou seu nível de exigência por meio do investimento em pilares industriais como os seus próprios laboratórios, guiados por um centro de pesquisa e desenvolvimento.

Agnes Bichini, Rafaella Weber e Dimitri Ribeiro Ferreira

Needs: case de sucesso no varejo farma

O case Needs foi destrinchado por Renata Mascarenhas, Diretora de Marcas Próprias da Raia Drogasil. Ela abordou a estratégia de inovação da Needs como pioneira em marca própria no varejo farma brasileiro e enfatiza algumas ações recentes, tal como a campanha para o Movimento #PraQuemMenstrua, em parceria com a Unicef, voltada para o propósito social da marca. A ideia é ajudar a reduzir problemas com a pobreza menstrual no Brasil.

Além disso, a Needs vem fortalecendo um amplo trabalho de comunicação 360 para posicionar sua marca própria na mente dos consumidores. Nos canais digitais, o vídeo “Cada hora, é hora de Needs”, da linha baby, já teve mais de 2 milhões de visualizações no Youtube, por exemplo.

Renata Mascarenhas

Painel com grandes nomes do varejo brasileiro

Com moderação de António de Sá, Founding Partner da Amicci, gigantes do varejo alimentar brasileiro compartilharam números e aprendizados sobre marca própria. O painel contou com a presença de Loiane Silveira, do Dia Brasil e Allan Gate Hock, do GPA, ambos diretores de marcas próprias das respectivas redes.

Por um lado, o case de resultados da famosa e clássica marca Qualitá, do Grupo Pão de Açúcar, que já é adquirida por 60% dos clientes da rede, segundo Allan. Já a multinacional Dia continua crescendo em quantidade de marcas exclusivas e suas categorias, por meio de um rico portfólio que aposta em uma comunicação visual mais irreverente.

Em paralelo, Francisco Homsi, VP e CCO do Oba Hortifruti, trouxe seus ensinamentos de 40 anos de relacionamento na indústria pela ótica de uma rede pequena atuando no nicho de hortifruti, onde a marca própria se destaca muito mais pelo valor do que pelo próprio preço.

Loiane Silveira, Allan Gate Hock e Francisco Homsi

Marca própria em categorias especializadas

A marca própria é um modelo de negócio bastante conhecido no varejo farma e alimentar, oferecendo rentabilidade às empresas e mais economia ao consumidor. Mas e em categorias especializadas, como beleza e construção? Qual o desempenho desses produtos nas estratégias das companhias e qual a percepção dos clientes em relação a mais uma opção na gôndola?

Renata Minami, Diretora Executiva da Sumirê, e Renato Sá, CEO do Aliar Group – Tintas MC, se reuniram no palco do PL Connection para discutir a temática. “Em nosso ramo, ainda estamos muito distantes do varejo farma e alimentar. E ter lançado uma linha exclusiva para a Tintas MC foi muito disruptivo”, afirmou Sá. “O especializado agora traz essa mudança que acredito ser muito positiva, estamos evoluindo o mercado.”

À frente da estratégia de private label de uma das principais redes de perfumarias do país, Renata conta sobre um dos projetos mais desafiadores da companhia: a linha de coloração capilar. “Fomos muito ousados ao entrar nesse segmento e um dos projetos mais longos que tivemos. Mas quando lançamos foi uma surpresa muito bacana”, disse, comprovando como a inovação pode levar ao sucesso.

Renata Minami e Renato Sá

Da porta para dentro

O sucesso de uma marca própria necessariamente passa pela cultura da empresa. É o que afirmam os CEOs do Lopes Supermercados, Paulo Drago, e do St. Marche, Bernardo Ouro Preto.

Eles estiveram na primeira edição do PL Connection para compartilhar insights sobre a estratégia de private label das companhias, entre erros e acertos. “A marca própria precisa estar no DNA de todas as pessoas envolvidas, não pode ser apenas um sonho da liderança”, afirmou Paulo. “Ao lançar um produto, precisamos conectar a companhia como um todo.”

Já para o St. Marche, segundo Bernardo, o grande passo será a mudança de cultura na matriz. “No início da nossa estratégia de marcas próprias, fazíamos nós mesmos os produtos, pensando em oferecer itens de alto padrão. Chegamos a ter 60 funcionários na cozinha, em uma escala inviável”, contou. “Com o crescimento da empresa, precisamos dar um passo atrás. Agora, ao terceirizar a produção, é confiar que nossos parceiros nos tragam a qualidade que precisamos.”

Paulo Drago e Bernardo Ouro Preto

O PL Connection acontece até o dia 21 de setembro, com muito mais conteúdos. Confira aqui a programação completa.

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